Quantas inteligências você possui? Podemos afirmar que muitas. Ao contrário do que muitos pensam, inteligência não resume à lógica e à matemática, medidas pelo QI. Na verdade, envolve mais fatores e diferentes campos do saber.
No artigo de hoje, falamos um pouco sobre a Teoria das Múltiplas Inteligências, mostrando como elas podem ser aplicadas à educação no ensino superior.
O que é a Teoria das Múltiplas Inteligências?
Você já deve ter visto esta famosa tirinha:
Quando você pede a um elefante para subir em uma árvore, é óbvio que ele se saíra mal. Mas isso não significa que o elefante seja inútil — afinal, ele possui habilidades impressionantes, tais como a capacidade de integrar um bando e a memória que impressiona os cientistas.
O que isso nos mostra? Quando tentamos medir a todos pela mesma régua, estaremos desperdiçando inteligências. Isso não é justiça.
É necessário que desde o ensino primário as inteligências de cada aluno sejam identificadas, para que ele conheça a si mesmo o suficiente para escolher sua carreira sem grandes arrependimentos.
O autor Howard Gardner, grande estudioso do intelecto humano, percebeu que os testes de QI não eram suficientes para classificar a inteligência humana. Então, ele formulou a Teoria das Múltiplas Inteligências.
Uma famosa frase de Albert Einstein resume sua teoria: “Todos somos gênios, mas se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em árvores ele passará o resto de sua vida pensando ser um incapaz.”
Vejamos mais sobre o que ele diz:
As 7 inteligências
Você já deve ter se deparado com pessoas muito boas em matemática e que, por isso, eram chamadas de inteligentes. E deve ter conhecido também pessoas que iam muito mal nas notas na escola, mas se tornaram excelentes vendedores, artistas ou atletas.
Por quê? Precisamos entender que inteligência é um potencial biopsicológico. Sendo assim, depende de nossas predisposições genéticas e, também, de como nos desenvolvemos em cada área.
Todos temos essas sete inteligências, mas algumas se destacam sobre outras.
São elas:
1 – Inteligência lógico-matemática. Esta costuma ser medida pelos testes de QI. Consistem na capacidade de tirar conclusões com base em raciocínio lógico e lidar bem com o uso de números e operações matemáticas.
2 – Inteligência linguística. Esta é a capacidade de entender as palavras e as inúmeras funções da linguagem. Aqueles dotados dessa inteligência costumam se tornar escritores ou professores, por exemplo.
3 – Inteligência espacial. Sabe aquela pessoa que dirige muito bem? Isso se deve à inteligência espacial, que faz com que ela perceba bem por onde o carro está passando, de que forma a baliza será feita e cálculos automáticos, de cabeça, com relação a ultrapassagens, por exemplo. E é claro que a inteligência espacial vai muito além, dizendo respeito aos geógrafos, cartógrafos, arquitetos, navegadores, entre outros. Estes precisam ter consciência do espaço em que estão.
4 – Inteligência interpessoal. Estas são aquelas pessoas com habilidades sociais, com mais facilidade para relacionar-se com outras. É mais fácil para aqueles dotados desta inteligência entender as motivações das outras pessoas e como lidar com elas, fazendo com sejam bons vendedores ou professores, por exemplo.
Leia mais: homeschooling e o impacto no ensino superior.
5 – Inteligência intrapessoal. Você já reparou que existem pessoas que entendem melhor os próprios sentimentos? Essa inteligência faz com que o indivíduo conheça seus processos internos e, com isso, os de outros. É uma habilidade importante para escritores e psicólogos, por exemplo.
6 – Inteligência musical. Todos temos noções de ritmo e musicalidade. No entanto, algumas pessoas possuem menos e outras, mais. Os indivíduos com maior inteligência musical são mais propensos a se tornarem músicos e compositores.
7 – Inteligência corporal-cinestésica. Todos podemos fazer exercícios físicos. Mas já reparou como para algumas pessoas é bem mais fácil do que para outras? Isso se deve a essa inteligência, que faz com que muitos optem por carreiras no atletismo e na educação física.
Mais tarde, à teoria foram acrescidas as inteligências naturalista e existencial:
8 – Inteligência naturalista. É a capacidade de aprender sobre a natureza, o solo, a flora e os diversos fenômenos naturais.
9 – Inteligência existencial. Trata-se da investigação de problemas filosóficos relacionados à existência.
Qual é a importância das múltiplas inteligências no Ensino Superior?
O Ensino Fundamental e o Ensino Médio são projetados para sabermos o básico para entender o mundo e conviver em sociedade, bem como o necessário para ingressar no mercado de trabalho.
No entanto, todos temos personalidades diferentes e peculiaridades. Por isso, é impossível que sigamos todos a mesma profissão.
É por isso que, sabendo sobre as múltiplas inteligências, temos uma forma prática de escolher um curso superior. Afinal de contas, caso o aluno tenha inteligência linguística, mas não corporal, ele não escolherá um curso de Educação Física.
Isso é importante também para a gerência das instituições. Por quê? É fundamental que os colaboradores de cada setor desempenhem a inteligência da qual precisam em seus serviços. Da mesma forma, com consciência disso que os professores elaboram suas aulas, com base no plano desenvolvido pela instituição.
Tendo em vista que as pessoas adaptam suas vidas e personalidades com as novas tecnologias, temos o suficiente para saber que a nova geração é bem diferente da anterior. Nascida após a revolução digital, as inteligências são desenvolvidas de forma distinta, sendo necessário que as instituições entendam e se preparem para recebê-los no Ensino Superior.
Leia mais: educadores e tecnologia: como esta relação influencia o futuro da gestão educacional?
Lembre-se: entender as múltiplas inteligências é um fator essencial para entender seus alunos, evitar sua evasão e direcioná-los ao que é melhor para eles, para os professores e para as IES.
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