Entrevista: Ricardo Vital – uma longa carreira de contribuições à educação e à tecnologia.

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Se hoje é impensável viver sem a tecnologia facilitando nossas vidas, poucas décadas atrás a informática era vista como um futuro incerto e utópico. É o que nos conta Ricardo Vital, cofundador e Diretor de Tecnologia na Ensinc, sobre o começo de sua carreira.

Mais tarde, após décadas de experiência com tecnologia e educação, Ricardo decidiu criar a Plataforma Ensinc para solucionar os muitos problemas que observou nas instituições. Em entrevista, ele nos contou sobre sua trajetória pelas mais diversas áreas, compartilhando suas ideias.

O primeiro contato com um computador. 

Quando pequeno, Ricardo conta que sua geração vivia certo deslumbramento pelos computadores dos filmes hollywoodianos. “Pensávamos que um computador fazia tudo”, diz ele, comentando sobre a Inteligência Artificial vista no cinema.

Sem acesso na infância, o primeiro contato com um computador foi na adolescência. “Tive um primeiro contato com um MSX [da Microsoft, lançado em 1983], antes da geração de PCs”, relata. “Aí eu dei uma desiludida. ‘Computador é isso? Pensei que fazia tudo por mim’”, brinca ele.

Primeiramente, Ricardo planejava uma carreira em eletrônica ou engenharia elétrica, tendo ingressado em um curso de eletrotécnica. No entanto, no último semestre, a matéria de informática mudou sua vida.

Se antes havia tido uma desilusão, naquele momento se apaixonou pela informática. O curso de Ciência da Computação foi, portanto, um passo lógico.

A trajetória na tecnologia.

Ricardo começou sua carreira em uma software house, assim eram chamadas as empresas voltadas à tecnologia. Em seguida, teve contato com um grupo educacional de Mato Grosso, onde colocou a mão na massa na área de TI e acabou se tornando gestor.

Logo depois, esse grupo foi comprado por outro, de proeminência nacional, gerando uma série de mudanças em uma gestão familiar que, agora, precisaria se adaptar a outras demandas.

Sob a nova direção, Ricardo se tornou Gerente de Integração. Portanto, sua função era participar da compra de instituições e novos polos educacionais, que tinham alguns meses para se adequar ao novo padrão.

Ricardo conheceu os dois lados da moeda: enfrentou as dificuldades de estar em uma instituição comprada por um grupo e, mais tarde, foi agente de tais compras, auxiliando instituições a passarem por este processo.

“Como eu saí da área de TI, após ajudar a desenvolver o sistema, novos programadores entravam e não me conheciam. Eu fazia certas solicitações, sabendo que eram possíveis, e alguns diziam: ‘Acho que você não conhece o sistema’”, diz ele, rindo. “15 anos de TI. Conheço um pouquinho”, ele brinca.

Comprometido com a gestão educacional.  

Em São Luís, Ricardo conta que havia uma faculdade inflacionada. “O coordenador de direito tinha duas secretárias apenas para ele. Eram como feudos dentro da instituição. O grupo em que eu trabalhava sempre foi de muita economia.”

“Na parte de marketing, tínhamos que caminhar e dar resultado.” Ele lembra de um caso em que o marketing de uma faculdade do interior da cidade foi feito por inteiro no litoral.

Esse erro fez com que não atingissem o público-alvo, desperdiçando 100 mil reais em outdoors e panfletagens. “Na hora que eu e a diretora vimos, decidimos mudar a estratégia”, diz Ricardo.

Essa é uma necessidade de várias instituições.

Algumas vezes, [instituições] querem pegar um modelo pronto que não se encaixa no contexto delas.

Ricardo Vital – Cofundador e Diretor de Tecnologia na Ensinc

O resultado? Desperdício orçamentário.

“Esses anos foram de muitos aprendizados”, relata. “Aprendi não apenas o sistema, mas a gestão.” Sem dúvida, com essa experiência, Ricardo percebeu inúmeros ralos de produtividade nas instituições de ensino superior, que culminariam na criação de sua própria plataforma.

Leia mais: dicas práticas e eficazes para aumentar a produtividade na gestão educacional.

“Grandes instituições são como uma Torre de Babel”

Em tantos anos, será que Ricardo repensou a carreira? “Em empresas grandes, com muita pressão e carga pesada, você começa a perceber que sua saúde pode estar prejudicada”, relata. “Mas não cogitei mudar de profissão, apenas de ritmo.”

Em duas décadas em grupos educacionais, percebeu uma série de problemas em Instituições de Ensino Superior. “Parecia uma Torre de Babel”, diz ele.

Mas por quê? “Dentro da empresa, tendo em vista o tamanho, havia muitas reuniões. Em dado momento, com muitas pessoas novas, passei um semestre inteiro só em reuniões.

Pensei: ‘Não estou produzindo nada. Estou basicamente respondendo e-mails com as mesmas perguntas.’ Eu saía da reunião e perguntava pra colega: pra que serviu essa reunião, mesmo?”

Ricardo diz que em muitas instituições falta uma comunicação mais objetiva e eficiente.

A febre dos sistemas.

Outro ponto de atenção às instituições diz respeito ao uso de sistemas. Os softwares, desenvolvidos por pessoas como Ricardo Vital, servem para otimizar processos; no entanto, muitas instituições o fazem de forma nada produtiva: acumulam diversos softwares para diferentes funções, fazendo com que a comunicação entre um setor e outro seja prejudicada.

“Existia o sistema principal da instituição e, em volta, cerca de vinte sistemas-satélite tentando conversar com o núcleo”, relata. Por isso, havia problemas que prejudicavam o desempenho da instituição. Muitos alunos não conseguiam realizar suas matrículas, por exemplo, pois havia um sistema para receber inscrições e outro para matricular alunos.

Um dos sistemas-satélite, relacionado a negociações, dava problemas diários. “Havia duas pessoas cuja função era todos os dias abrir a fralda, limpar a bunda do bebê e fechar”, brinca ele. Ou seja, os dois colaboradores viam as negociações problemáticas, que não haviam sido concluídas, e resolviam o problema de forma manual. “Se o sistema fosse integrado, não haveria tanto problema”, afirma Ricardo.

A Plataforma Ensinc, fundada por Ricardo Vital e Marta Júnia Cruz de Rosa, veio para suprir a demanda por um sistema integrado. “Quando implantamos a plataforma, tentamos tirar outros sistemas e centralizar tudo no nosso”, explica ele. Não é egoísmo nem monopólio: é praticidade.

Portanto, com tudo integrado, podemos dizer que a fralda se troca sozinha. E não apenas isso: problemas comuns, como a falta de gestão de dados, são solucionados de forma prática com um sistema eficiente.

Mas não basta ter acesso. É necessário se permitir.

A Plataforma Ensinc existe para empoderar indivíduos através da educação e da tecnologia. Sendo a tecnologia uma ferramenta para o ensino, Ricardo mostra que é papel dos gestores utilizar o que há de mais moderno no mercado para otimizar processos, oferecer uma boa estrutura aos professores e o melhor em educação aos alunos.

Quando perguntado sobre o que é empoderamento para ele, Ricardo fala sobre o tripé de uma boa instituição: sistema, pessoas e processos. Mas, para que as pessoas sejam empoderadas a partir da tecnologia e da educação, não basta ter acesso. É preciso que elas se permitam.

Isso ficou claro para ele quando ofereceu soluções tecnológicas a algumas instituições que não aceitaram, preferindo ficar com os “problemas de estimação” pelo simples fato de essa ser uma realidade conhecida.

“As pessoas não gostam de mudança. As pessoas querem manter o jeito que estava antes”, afirma. Ainda que o jeito antigo seja problemático.

Como exemplo, ele cita uma instituição cujo faturamento era 40% em dinheiro vivo. Isso os expunha a riscos, tais como assaltos e incêndios.

Houve resistência para que, enfim, a instituição migrasse pouco a pouco para formas mais eficientes de pagamento, o que os poupou não apenas dos riscos, mas das enormes filas de alunos e trabalho dobrado dos colaboradores em dia de pagamento.

“Era necessário um trabalho com pessoas”. E ainda é. Por quê?

“Seu negócio é ensinar”, salienta Ricardo. O que isso significa? Todos os processos burocráticos e financeiros devem ser otimizados para que os professores consigam ocupar-se no ensino e a instituição, por sua vez, obtenha melhores índices educacionais.

Em outras palavras, o sistema existe para que você não perceba que existe burocracia, da mesma forma que os equipamentos sonoros em uma apresentação existem para que você não perceba sua existência. Quando percebe, é porque aconteceu algo de errado.

Tendo consolidado inúmeras contribuições à educação e à tecnologia, Ricardo Vital deu um passo além na criação da Ensinc, posicionada como uma edtech em franco crescimento no mercado educacional.

Quer saber mais sobre essa solução, desenvolvida ao longo de décadas de observações sobre o sistema de ensino? Fale com um de nossos consultores.

Ricardo Vital

Mais conteúdo desta série: leia também nossa entrevista com Marta Júnia de Rosa, Cofundadora e Gestora na Ensinc.

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