Em 2015, o engenheiro e economista alemão Klaus Schwab cunhou o termo “Educação 4.0″ para demonstrar uma demanda crescente do século XXI.
É preciso que a educação da nova geração seja mais envolvente, com o uso de metodologias ativas e de tecnologias que vieram para ficar, tais como a Internet das Coisas e a Big Data.
No contexto da Educação 4.0, o Design Instrucional tem o papel de apontar os melhores caminhos para o ensino e o aprendizado de nossos estudantes. Mas, para entender melhor como isso está sendo feito e o que podemos esperar do futuro, precisamos responder a algumas perguntas:
O que é Design Instrucional?
Design Instrucional é o processo de desenhar o planejamento educacional em uma instituição, utilizando diversas técnicas que visem entregar o que há de melhor para o aluno.
Apesar de ser amplo e válido para qualquer tipo de aprendizado, na atualidade o termo tende a ser aplicado à modalidade EAD.
De acordo com um artigo do designer instrucional Barreiro,
“é uma metodologia de trabalho dedicada aos processos de análise, desenho, desenvolvimento, implementação e avaliação de cursos à distância. Aplica-se desde o momento da concepção da oferta formativa até a sua implementação, direcionando seus esforços, com maior ênfase, na produção dos materiais instrucionais.”
Como surgiu o Design Instrucional?
Quando olhamos para a história do Design Instrucional, fica nítido quais são os conhecimentos necessários para que ele exista.
Podemos dizer que essa história começa com Isaac Pitman, em 1860, que desenhou o primeiro modelo de educação à distância: um curso por correspondências, que dava acesso a quem não podia ir às salas de aula.
Contudo, durante a Segunda Guerra Mundial, a educação à distância foi utilizada para dar treinamento aos soldados americanos.
Como resultado, após essa experiência, o modelo passou a ser cada vez mais utilizado, até chegar ao que temos hoje em matéria de EAD.
Portanto, temos aí diferentes áreas de conhecimento:
A ciência da administração e a ciência da informação, que estruturam o Design Instrucional como tecnologia e método de ensino, e as ciências exatas, humanas e biológicas, que são a substância de qualquer curso, do básico ao superior.
Ao que se deve tal revolução no aprendizado?
Veja o que diz o autor David Melo da Luz, em um artigo que introduz o Design Instrucional e a Análise de Comportamento:
“Um possível primeiro modelo do que se chamou de ‘desenho instrucional’, foi desenvolvido pelo exército americano, a partir das descobertas de B.F Skinner sobre comportamento operante.
Este modelo teria sido aplicado ao desenvolvimento e treinamento de soldados para a segunda guerra.”
Quais eram as descobertas de B.F. Skinner?
O cientista percebeu que o comportamento humano era moldado de acordo com as consequências positivas ou negativas de tal comportamento. Com isso, seus experimentos influenciaram o exército americano e, mais tarde, todo o sistema de ensino.
Isso nos leva a algo importante:
O que faz um Designer Instrucional?
Como vimos, o Design Instrucional não se aplica apenas a um contexto educacional. O que foi feito na Segunda Guerra Mundial era DI tanto quanto o que é feito hoje na educação básica. Portanto, essa metodologia exige contextualização.
Veja o que dizem as autoras Filatro e Piconez no artigo “Design Instrucional Contextualizado”, de 2004:
“Na educação on-line, o design instrucional se dedica a planejar, preparar, projetar, produzir e publicar textos, imagens, gráficos, sons e movimentos, simulações, atividades e tarefas ancorados em suportes virtuais.”
Ou seja, para a modalidade EAD temos demandas diferentes de desenho instrucional.
E foi apenas em 2009 que o Ministério do Trabalho incluiu e definiu a profissão de designer instrucional na Classificação brasileira de ocupações, com a seguinte definição:
“Implementam, avaliam, coordenam e planejam o desenvolvimento de projetos pedagógicos/instrucionais nas modalidades de ensino presencial e/ou a distância, aplicando metodologias e técnicas para facilitar o processo de ensino e aprendizagem. Atuam em cursos acadêmicos e/ou corporativos em todos os níveis de ensino para atender as necessidades dos alunos, acompanhando e avaliando os processos educacionais. Viabilizam o trabalho coletivo, criando e organizando mecanismos de participação em programas e projetos educacionais, facilitando o processo comunicativo entre a comunidade escolar e as associações a ela vinculadas.”
Então surge uma importante pergunta para nós:
Como o Design Instrucional tem sido utilizado nas Instituições de Ensino Superior?
Hoje, o conceito de design instrucional está quase sempre relacionado às tecnologias da informação. Então é papel de tais profissionais desenvolver maneiras de educar os alunos com o que há de mais novo em matéria de tecnologia.
Portanto, o Design Instrucional pode envolver o uso de uma ou mais metodologias ativas, assunto que já abordamos em nosso blog e você pode ler nos links abaixo:
Série Metodologias Ativas: entenda o que são e como funcionam.
Série Metodologias Ativas: ensino híbrido.
Uma plataforma como a Ensinc, utilizada por Instituições de Ensino Superior, possui ferramentas que tornam possível o uso do Design Instrucional aplicado em tecnologias de aprendizagem como o AVA para cursos presenciais e EAD.