Já se foi o tempo em que o único jeito de estudar era com um professor ensinando e os alunos sentados, apenas ouvindo e anotando. Esse método, utilizado há séculos, vem evoluindo e dando espaço para metodologias mais abrangentes e eficazes.
Hoje em dia o acesso às informações é muito mais dinâmico: tudo está na palma da mão.
Por isso, pensando nos novos estudantes, que precisam de conteúdo de maneira intuitiva, direta e adaptável, criaram-se as metodologias ativas de ensino têm recebido grande destaque.
O que são Metodologias Ativas?
As Metodologias ativas são métodos de ensino que fogem do professor como foco principal, colocando o aluno e suas particularidades como o centro. Além disso, envolve se adequar às necessidades intelectuais e emocionais do estudante para ele aprender melhor.
Podendo ser utilizadas em todas as etapas da vida de um estudante, as metodologias ajudam a formar uma nova geração de estudantes ao mesmo tempo, em que se adaptam aqueles habituados ao método antigo.
Alunos de ensino superior e técnico, bem como a maioria dos professores, tiveram grande parte de sua educação ministrada no modelo tradicional.
Hoje, no entanto, podem contar com as novas metodologias para facilitar seu dia a dia, abrangendo as maneiras como cada um aprende, otimizando tempo de estudo e agregando uma maior quantidade de conhecimento.
Como surgiram as metodologias ativas?
As novas metodologias de ensino são estudadas há muitos anos.
Um dos maiores pesquisadores da área foi o psiquiatra William Glasser (1925-2013), que defendia a teoria de que o professor precisa ser um guia, caminhando junto ao aluno em vez de ser um chefe que dita regras.
Glasser é autor da famosa Pirâmide do Aprendizado, em que calculou a porcentagem de retenção eficaz de conteúdo que cada método traz:
Como utilizar os métodos do William Glasser na sua IES?
Existem alguns modelos já preestabelecidos para se utilizar as teorias de Glasser, na prática, são eles:
1 – Resolução de Problemas (Project Based Learning – PBL);
O Aprendizado Baseado em Projetos é um método de ensino no qual os estudantes adquirem conhecimento e habilidades, trabalhando por um período para solucionar e responder um desafio/problema.
Eles podem utilizar livros, debates e a internet para concluir sua tarefa. O professor, portanto, exerce o papel de mediador, ajudando os alunos a encontrarem a solução por si mesmos. Assim, o processo de conhecimento é construído de maneira ativa, colaborativa e interdisciplinar.
Colocando em prática o método PBL:
Primeiro é lançado o problema/pergunta pelo professor. É preferível que os temas façam parte do cotidiano dos alunos, para eles manterem o interesse.
Depois é necessário estipular um cronograma para as atividades, sendo importante que a turma discuta sobre o problema, gerando linhas de raciocínio e dividindo-se em grupos.
Feito isso, é hora da pesquisa, ponto principal do aprendizado. Os alunos buscam informações sobre o tema em materiais didáticos e nas referências disponíveis na internet, sempre com orientação do professor.
O professor separa o que será útil ou não, desenvolvendo assim o senso crítico nos estudantes.
Os alunos, após fazerem a pesquisa, precisam desenvolver hipóteses para a solução do desafio/problema, para então apresentar suas conclusões no cronograma predefinido.
A apresentação pode ser por vídeos, cartazes e slides. O importante é que seja didático. Contudo, a avaliação do professor é feita com base em todo o projeto, desde o envolvimento de cada aluno até a resolução em si do trabalho.
2 – Aprendizagem entre times (Team Based Learning – TBL);
O Aprendizado Baseado em Equipe é uma estratégia de ensino colaborativo baseado em evidências conhecidas como “módulos”.
Desta maneira, os módulos são ensinados em um ciclo de três etapas, que incluem:
- Preparação;
- Testes de garantia de prontidão em sala de aula;
- Exercício focado na aplicação.
Uma aula normalmente inclui um módulo.
Colocando em prática o método TBL:
Os grupos devem ser formados, unindo os talentos individuais de cada aluno.
Por exemplo: um é melhor escrevendo, outro se sai melhor atuando e ainda outro se destaca na pesquisa. Assim, as equipes são mantidas por todo o curso.
Os alunos devem completar os materiais preparatórios antes de uma aula ou do início do módulo. Sendo assim, o material pode ser escrito, visual ou em áudio, se adequando ao nível de cada turma. Os módulos costumam durar uma aula.
Os alunos completam um teste de prontidão individual que consiste em 5 a 20 perguntas de múltipla escolha. Após submeterem suas respostas individuais, fazem o mesmo teste com sua equipe.
A equipe é responsável por realizar e corrigir os testes aplicados nas outras equipes, avaliando os textos/vídeos produzidos e sendo avaliados ao mesmo tempo.
As tarefas em equipe devem promover tanto o aprendizado quanto o desenvolvimento de cada um da equipe. Portanto, o papel do professor é auxiliar na elaboração e correção dos materiais com imparcialidade.
Os testes são importantes, pois dão aos alunos um incentivo real para aprender o conteúdo com antecedência, participar das aulas e contribuir para as discussões em equipe.
3 – Sala de aula invertida (Flipped Classroom);
O método da sala de aula invertida pode ser definido como uma inversão do método tradicional.
Aqui o aluno recebe uma prévia do conteúdo com antecedência, para ser otimizado o tempo em sala de aula, fazendo com que ele tenha acesso à informação de casa, que pode ser por palestras, textos, vídeos e podcasts.
Em seguida, o tempo de aula é usado para atividades mais dinâmicas e participativas, tais como buscar a solução de problemas, a instrução de colegas, debates ou trabalhos em grupo, contando com o apoio direto do professor.
Como colocar em prática a sala de aula invertida;
Este método é baseado em quatro pilares, segundo a organização Flipped Learning, sendo:
- Ambiente flexível (Flexible Environment);
Misturando o ensino presencial com o online, esse método abre um grande leque de possibilidades de aprendizado, permitindo que o aluno escolha como aprender.
- Cultura de aprendizagem (Learning Culture);
Os métodos antigos de aprendizado tinham o professor como fonte única de conhecimento e com a maior facilidade de acesso a todo tipo de conteúdo, mas esse método se tornou defasado.
O novo foco é o aluno, fazendo com que ele busque conhecimento, criando novas oportunidades de aprendizado. O professor fica com a função de instruir e avaliar.
- Conteúdo intencional (Intentional Content);
Neste modelo, o aluno é incentivado a pensar fora da caixa, avaliar todos os pontos de vista e desenvolver uma compreensão melhor sobre os fatos. Isso lhe faz reter mais conhecimento.
- Educador profissional (Professional Educator);
Por mais que o foco não seja mais o professor, seu papel continua sendo de suma importância, assumindo o papel de mentor e mediador, dando feedbacks relevantes e construtivos para os seus alunos, além de refletir sobre a qualidade do seu trabalho no processo de aprendizado.
4 – Ensino Híbrido;
O Ensino Híbrido é a junção de dois modelos de aprendizagem: o on-line e o off-line.
O método offline é o que todos conhecemos, com salas de aula físicas e professores dando atenção presencial. O modo online é todo o conteúdo ao qual o aluno possui acesso através da internet.
Quer saber mais sobre essa forma de ensinar? Leia o conteúdo relacionado: Série Metodologias Ativas: Ensino Híbrido.
5 — Ensino por jogos ou “Gamificação”;
Este método traz os jogos, sejam eles de tabuleiro, on-line, de estratégia ou de atividades físicas que atraem bastante os alunos, estimulando o lado competitivo, lógico e desafiador deles. Assim, o papel do professor nesse método é o de transformar o conteúdo em um jogo.
O uso das metodologias ativas é um caminho para facilitar a vida dos estudantes de todas as idades.
Os jovens adultos, com a vida cada vez mais corrida, podem otimizar o tempo de estudo, reduzindo a carga horária presencial e aproveitando o tempo livre para aprender novos conteúdos da forma que melhor se adaptam.
Além das vantagens para os estudantes, os professores e gestores também se beneficiam, de forma que não são mais os únicos responsáveis por transmitir conhecimento.
Cada um dos profissionais pode utilizar abordagens mais dinâmicas e práticas e sobrecarregar menos os professores, tornando a relação com os alunos mais agradável.
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