Os números da evasão no ensino superior são alarmantes, chegando a mais de 900 mil alunos por ano. O resultado força o MEC e as próprias universidades a criar um verdadeiro plano de ação com o foco na reversão deste quadro.
Como sua instituição lida com este fator? Há um planejamento estratégico, com ações para evitar a evasão de alunos no próximo semestre?
Neste artigo, abordaremos alguns dos principais motivos pelos quais seus alunos não terminam seus cursos. Além disso, daremos 4 dicas para evitar a evasão.
Por que a evasão de alunos é um problema?
É importante ressaltar, antes de tudo, que o problema é muito maior do que o simples desfalque no fluxo de caixa mensal das universidades. Como assim?
Quando uma instituição faz um processo seletivo e diversas pessoas prestam este vestibular, ela se prepara para iniciar o ano letivo com um determinado número de alunos, que para exemplificar arredondaremos para 50.
Para que as aulas para 50 alunos sejam possíveis, a universidade deve fazer uma série de investimentos e arcar com custos fixos, como a contratação de professores, compra de materiais necessários para as aulas, custo da manutenção da estrutura física da universidade e assim por diante.
Se, no meio do caminho, 10 alunos deixarem o curso, em média, a universidade amargará um prejuízo anual de mais ou menos R$ 100 mil. Se multiplicarmos este valor pelo número total de alunos que desistiram de seus cursos, veremos cifras assustadoras.
Por isso, as instituições de ensino superior devem estar preparadas para a evasão de alunos e, se possível, evitar que isso ocorra.
Por que os alunos desistem de seus cursos?
Para que as instituições saibam como lidar com a evasão de alunos e evitá-lo, é preciso que os gestores compreendam os motivos que levam as pessoas a abandonar seus cursos.
Embora possa se imaginar que um dos maiores motivos para a evasão seja a falta de dinheiro, precisamos analisar essa situação de maneira mais aprofundada.
Em geral, estudantes largam seus cursos por razões psicológicas, sociais, organizacionais, interacionais ou econômicas, sendo:
- Psicológicas – maturidade, falta de referências, múltiplas reprovações;
- Sociais – falta de orientação vocacional, deficiência educacional básica, relação familiar;
- Organizacionais – metodologia do curso, estrutura do curso e da universidade, professores;
- Interacionais – bullying, exclusão social, laços afetivos;
- Econômicas – horários incompatíveis, desemprego, problemas financeiros.
Além disso, um fator quase unânime na área é que poucos estudantes têm a possibilidade de se dedicar de forma integral aos seus estudos. O trabalho, a família e o convívio social, por vezes, acabam causando alguns dos motivos aqui citados.
A base estudantil brasileira ainda é muito defasada. Boa parte dos alunos chega ao nível superior ou técnico sem qualquer tipo de preparo básico vindo do ensino médio.
Isso sem falar que, em muitos dos casos, os cursos são escolhidos sem qualquer critério, ou seja, os alunos não conhecem o mercado de trabalho, não sabem quais as funções exercidas naquela profissão e assim por diante.
Como é possível notar, existem inúmeros motivos que fogem da alçada das instituições. Entretanto, em outros casos, existe essa possibilidade. Existem motivos que são de inteira responsabilidade das instituições.
E é disso que falaremos agora, trazendo 4 dicas cruciais para evitar a evasão.
A responsabilidade da instituição na evasão de alunos.
Lidar com a evasão de alunos é, como falamos, uma das maiores dificuldades dos gestores pela quantidade de motivos que fogem à sua alçada.
Entretanto, o índice de alunos que saem das instituições por não se adaptarem às metodologias ou por algum problema relacionado à estrutura da instituição pode, e deve, ser revertido.
Em primeiro lugar, os gestores precisam entender que o perfil do aluno mudou e as instituições precisam acompanhar esse fato.
Por exemplo, hoje fazer uma faculdade não é mais privilégio dos ricos, isso sem falar que a idade dos estudantes se tornou extremamente variável, ou seja, nem só de jovens se faz uma sala de aula.
Os alunos estão dando preferência para cursos cada dia mais práticos e atualizados ao invés daquele monte de aulas teóricas pouco eficientes para o dia a dia. Muitos hoje estudam porque querem se preparar e se destacar, não porque os pais lhes obrigaram. Por isso, eles querem o melhor para suas carreiras.
Isso nos leva à parte prática:
4 dicas para evitar a evasão sem prejudicar a instituição
Conhecendo a motivação dos alunos para a evasão no ensino superior, aí sim, podemos pensar em caminhos para lidar com o problema da melhor maneira possível.
Veja a seguir algumas dicas que podem auxiliar a sua universidade a lidar com esse problema que atinge todo o Brasil.
1 – Relacionamento
A primeira dica é manter o melhor e mais aberto relacionamento possível. Afinal, você e o aluno precisam ficar juntos por pelo menos quatro anos, certo? Isso implica em assumir erros e antecipar possíveis reclamações.
Além disso, o relacionamento possibilita entender questões ligadas à universidade como um todo sob o ponto de vista do próprio aluno. Isso sem falar que o relacionamento ainda possibilita a compreensão dos motivos que levam o aluno à desistência.
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2 – Acompanhamento
Outra dica que pode evitar a evasão no ensino superior está ligada ao acompanhamento da vida acadêmica do aluno.
Muitas vezes, um acompanhamento de perto pode auxiliar o aluno a evitar reprovações. Isso sem falar que pode ajudar com as incertezas quanto ao curso escolhido. É melhor ajudar um aluno a mudar de curso do que perdê-lo de vez para uma instituição que o fará.
3 – Pagamentos
Um dos pontos mais difíceis de lidar está relacionado à motivação financeira para a evasão de alunos.
Aqui, inclusive, está um dos piores caminhos que uma universidade pode seguir: baixar o valor de suas mensalidades. Pode parecer que isso vai resolver o problema, mas na verdade criará novos.
Mensalidades muito baixas fazem com que a universidade perca competitividade, já que deixam a instituição de mãos atadas: não haverá orçamento para modernização nem investimento em ambiente e contratação de bons professores.
Portanto, para a questão financeira do aluno, ofereça diversas opções de pagamento e facilite o pagamento de mensalidades atrasadas.
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4 – Serviço
Um ponto muito importante, e que de certa forma está ligado ao valor cobrado nas mensalidades, é a qualidade do serviço prestado.
Isso não se resume ao conteúdo das aulas. Ambientes limpos, funcionários educados, disponibilidade de livros, materiais e modernidade nas operações são alguns dos itens avaliados pelos alunos.
Pode ser que eles não reclamem nas pesquisas de satisfação, mas no calor do momento é comum que os alunos desabafem sobre a instituição nas redes sociais. E você não quer esse tipo de marketing negativo, certo? Pior ainda se essas reclamações, que você não vê, resultarem em uma silenciosa evasão.
Vale ressaltar que os alunos estão cada vez mais criteriosos com suas escolhas e muito disso se deve ao fato dos próprios alunos arcarem com as mensalidades, e não mais seus os pais e parentes.
A instituição precisa ter pleno controle sobre tudo que acontece em seus processos
Quando falamos em tudo, falamos em tudo mesmo: metodologias, comunicação entre alunos e professores, setores financeiros e administrativos, limpeza dos espaços, qualidade dos materiais utilizados e assim por diante.
É este controle que possibilita uma compreensão geral, que se reflete em ações de melhoria que farão com que os alunos não renunciem a seus cursos.
A solução? É fundamental que a instituição opere com o auxílio de um Sistema de Gestão Educacional.
Esse tipo de sistema possibilita a administração de toda a instituição e auxilia na comunicação do professor com o aluno e da instituição com o aluno.
O foco desta ferramenta é otimizar os processos e fazer com que os gestores possam ocupar seu tempo em tarefas estratégicas, como manter um acompanhamento de alunos com maior tendência à desistência e modernização da grade curricular, por exemplo, mantendo fatores financeiros controlados e automatizados.
Cada evasão é resultado de uma série de problemas silenciosos que não foram resolvidos da forma como deveriam ser. Talvez não sejam culpa da sua instituição, mas mesmo assim devem ser ouvidos para que, assim, você forneça soluções aos seus clientes.
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