Qual é a prioridade do ensino brasileiro? Muito se fala sobre a qualidade do ensino brasileiro ser ruim, mas são poucos os trabalhadores da área que apontam problemas e direcionam soluções.
Nesta entrevista, Eliane Brito, Coordenadora de Suporte e Atendimento ao Cliente da Ensinc, fala sobre o papel do atendimento na educação e de que forma nosso futuro pode ser melhor.
“Não consegui mais me desvincular do mundo da educação”
Eliane Brito, com apenas 32 anos, já possui uma longa trajetória na educação. Começou sua carreira aos 17 anos como operadora de caixa em uma faculdade, para se sustentar sozinha, e logo conseguiu uma vaga em uma gigante do setor: a Kroton (atual Cogna Educação).
“Meu primeiro ingresso na faculdade foi tão encantador que eu me apaixonei e acabei não conseguindo me desvincular mais do mundo da educação”, diz ela.
De início uma operadora de caixa e, em seguida, ingressando na coordenação de agronomia, Eliane teve contato com os mais diversos processos acadêmicos. A proposta da Kroton veio pouco depois, levando-a aos processos do setor financeiro.
Será que ela pegou bastante experiência? “Eu não aguento ver cheque na minha vida de tanto cheque que presenciei”, brinca ela. “O corporativo estava começando aqui em Mato Grosso. Era em São Paulo, daí eles vieram pra cá bem no período em que eu entrei. A gente começou a colocar a casa em ordem…”
Da Kroton à Ensinc: como é sua rotina?
Eliane, em 2016, recebeu uma notícia: a Kroton de Cuiabá voltaria para São Paulo. Ela recebeu uma proposta para trabalhar na nova sede, mas declinou.
Duas semanas depois, já estava na Ensinc, em Cuiabá. Desde então, passaram-se cinco anos.
Perguntada sobre sua rotina na edtech, Eliane responde: “Então, eu não considero como rotina”, diz ela, relatando que, na área de atendimento, há sempre uma demanda diferente para resolver.
É muito desafiador, mas também gratificante, porque a gente acaba sempre ensinando algo pra alguém.
Eliane Brito – Coordenadora de Suporte e Atendimento ao Cliente na Ensinc
Esta sua última afirmativa nos leva a uma interessante conclusão:
O profissional de atendimento é acima de tudo um educador.
“O ato de ensinar vai muito além de uma mera transmissão de conteúdos”, diz Eliane. “Acaba proporcionando também a chance de motivar pessoas, fazendo com que a gente extraia o melhor delas. Fazer com que as pessoas pensem nas decisões, nas ações do dia a dia, tomem iniciativas, expressem os pensamentos, ideias… Quando atendo, a pessoa além de aprender, me ensina.”
A profissional relata a história de uma pessoa que, exercendo a mesma função há bastante tempo, estava desmotivada com o ambiente interno da faculdade em que trabalhava. “Eu comecei a passar pra ela [a realidade aqui da Ensinc]”, diz Eliane.
Ao entrar em contato com uma perspectiva de ambiente saudável, tal qual na Ensinc, a pessoa desmotivada ganhou uma injeção de ânimo. “Ela acabou tomando algumas atitudes diferentes do que ela vinha tomando. E acabou que hoje é um local super diferente da realidade anterior.”
O maior desafio de Eliane.
Eliane aponta que ‘a semente geradora de outros problemas’ é a falta de qualidade no ensino brasileiro. “Eu cresci ouvindo falar do amor que as instituições têm pela educação, só que não é o que a gente costuma ver. Eles trocaram esse amor pelo amor monetário. A visão hoje é apenas captar alunos.”
Ela deixa claro que captar alunos é de fato uma prioridade no mercado educacional. No entanto, a visão de longo prazo não pode se resumir a isso. Afinal, captar alunos para quê?
Em outras palavras, Eliane revela sua opinião:
“A tecnologia não é o mais importante”
Essa frase, dita por Eliane, parece polêmica, mas faz todo o sentido: a tecnologia e a educação são importantes, mas apenas se forem úteis às pessoas. Portanto, quaisquer que sejam os meios usados, o objetivo é tornar a vida das pessoas mais fácil.
“Apesar de todas as ferramentas e recursos que a tecnologia tem a oferecer, eu acredito que o poder de solucionar essa falta de qualidade no ensino não está na tecnologia. Por quê? Porque esse poder está na mão de cada um de nós.”
“O empoderamento é uma chave que abre portas”
O empoderamento da gestão é o posicionamento da Ensinc. Então o que isso significa para Eliane Brito?
“Queremos empoderar indivíduos para que assim eles consigam ser donos de si, ser protagonistas das próprias vidas. Na minha opinião, o empoderamento é uma chave que abre portas. Quando a empresa acredita nos seus colaboradores, essa ação gera motivação e crescimento. O colaborador que busca sempre se aperfeiçoar se torna empoderado quando assume essa responsabilidade.”
Quais são os frutos de empoderar-se?
“A consequência imediata dessa tomada de decisão é conseguir ser capaz de direcionar essa atividade no caminho que vai trazer satisfação pra gente. Então é alinhando essas ações aos valores que a gente norteia a nossa vida.”
Leia mais: Marta Júnia Cruz – compromisso com a educação e empoderamento pela tecnologia.
A lição mais importante? Apreciar pessoas.
Perguntamos à Eliane qual conselho daria aos gestores educacionais. “Eu posso dizer que [a lição mais importante] é apreciar as pessoas. Apreciar o atendente que está ali na instituição, que atende o aluno, o professor que ministra as aulas. Saber apreciar pessoas é um investimento.”
Segundo ela, podemos fazer a diferença e transformar o cenário educacional brasileiro. Mas como?
“Os números são importantes, sem eles não tem como a faculdade pagar os funcionários. Mas [o gestor] não pode perder a paixão que tem, o objetivo maior pelo qual optou por abrir uma faculdade. Não foi somente pra ganhar dinheiro, mas sim porque acredita na educação. Então, na minha opinião, eles não devem perder essa essência.”
De acordo com Eliane, essa essência é alimentada todos os dias pela consciência de que educar não é uma tarefa qualquer. Não se trata de entrar numa sala, jogar conteúdo e ir embora. “São formações de caráter, formações de pessoas. Você está ensinando a pessoa pra vida.”
Eliane hoje auxilia diversas pessoas, todos os dias, a darem seu melhor em suas instituições. Você já sabe como fazer isso na sua? Conheça uma solução para empoderar sua gestão e as pessoas que fazem sua IES!
Mais conteúdo desta série: leia também nossa entrevista com Ricardo Vital, cofundador e diretor de tecnologia da Ensinc.
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